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Mãe perde bebê por negligência medica, e agora passa por uma gravidez de risco.

Em março desse ano eu descobri que estava grávida, foi uma alegria, todos que nunca tinham nem sequer falado comigo vieram falar comigo, passavam a mão na minha barriga me deram as congratulações e tudo mais, o tempo foi passando e eu percebi que eu tinha cólicas muuuuito fortes, procurei meu obstetra e ele foi muito grosso comigo dizendo: “Isso é normal TODAS as grávidas tem”, “Mas doutor, as minhas são muito fortes”, “Ah, é normal, toma o remédio que passa”
Fiquei dois meses e 28 dias com dor e muita dor, no dia 4 de junho eu percebi que tinha uma manchinha amarronzada na minha calcinha liguei pro obstetra e ele me disse “Observa” ai eu fiquei observando, passou dia 4 e dia 5 com aquelas machinhas, dia 6 veio sangue de verdade, corri pra maternidade, cheguei lá as enfermeiras me atenderam, tentaram ouvir o coração do meu nenê e não conseguiram, disseram que era normal porque ele era muito pequeno e que pelo auscultador não dava pra ouvir mesmo, fiz o ultrassom transvaginal com o médico de plantão, ele também não conseguiu ouvir o coração do meu nenê e me garantiu que era normal porque ele era muito pequeno e não dava pra ouvir e eu chorava muito… 
Cheguei de manhã na maternidade e só a noite que o meu obstetra chegou de forma dura e seca: “Já te contaram?” e eu: “Contaram o que doutor?”, “Seu bebê está morto dentro de você faz 2 dias” eu chorei, foi uma tristeza que parecia que eu não ia suportar, meio marido me segurava porque minha vontade era de voar no pescoço daquele médico por me tratar daquele jeito, ele foi muito desumano, parecia que falava como se tivesse dizendo: ” ah, mais um” mas, pra mim não era apenas mais um, era uma parte de mim que tinha ido embora pra sempre, fiquei internada, tive que fazer curetagem.
Voltei pra casa como se tivesse perdido a noção de tudo, eu flutuava em meus pensamentos pensando em tudo que tinha acontecido… Eu conversei com o meu esposo, disse á ele que o médico deveria me tratar como única e não como mais uma, porque a minha gravidez era uma gravidez de risco porque eu sou epilética, mas não, ele me tratou como mais uma e eu perdi meu bem mais precioso…
E sabe aquelas pessoas que me adulavam? Sumiram todas, eu estava como em um vale sem ninguém para me abraçar, nem me confortar, até minha mãe falou coisas que estão guardadas no meu coração até hoje… Chegaram a dizer que eu tinha perdido o nenê por ter me casado grávida, que era castigo… Mas, sabe o que era o mais interessante é que eu engravidei com 6 meses de casada como que eu tinha casado grávida? São coisas que vão magoando e machucando cada vez mais, mas eu sempre dizia: “nem que eu for me arrastando, eu vou continuar servindo a Deus, porque ele não tem culpa pelo que estão falando… Muitos me perguntaram muitas coisas nessa época, me perguntaram porque que eu continuava indo à igreja sendo que Deus não me curava da minha epilepsia e Deus tinha tirado o meu filho de mim, e eu lhes respondia com um versículo bíblico: “O sol e a chuva vem tanto para o justo quanto para o ímpio” Isso quer dizer que coisas ruins acontecem com todos e por que comigo seria diferente? … Continuei minha caminhada dia a dia, sendo caluniada, pisoteada, magoada… E sozinha…
Você sabe que falta faz um abraço? Pois eu sei… Foram os piores dias da minha vida, os dias em que eu olhei para todos os lados e me vi sozinha, sem ninguém para me dar uma palavra amiga, nem para me abraçar, nem para orar por mim. Até que um dia uma irmã veio e me abraçou e eu chorei, chorei como nunca tinha chorado na vida, eu chorei tanto que comecei a soluçar, parecia uma criança, e ela me olhou bem nos olhos e disse que eu não estava sozinha…
Em julho uma moça da minha igreja disse que Deus estava me dando um presente, e nesse presente tinha uma criança e era a criança mais linda do mundo, em setembro eu descobri que estava grávida de novo, e eu prometi pra mim mesma que nunca mais voltaria naquele obstetra… Procurei outra, essa ao contrário dele, está me tratando da melhor forma possível, respeitando os meus riscos e condições, mas, ao completar o meu terceiro mês de gravidez uma terrível surpresa me aguardava, sangue na minha calcinha, eu pensei comigo: “Não Senhor, de novo não, eu não vou suportar perder de novo”, fui para a maternidade chorando que nem criança, porque pra mim o meu nenê estava morto já… Cheguei lá a enfermeira fez o exame de toque e me disse que o colo tava fechadinho, na hora que ela colocou o auscultador em mim eu já pude ouvir bem alto e bem forte tumtum tumtum tumtum ai que eu chorei de verdade, chorava que nem criança porque ele ainda estava ali e foi uma emoção que não tinha tamanho a enfermeira me disse que tava tudo bem que era só um vasinho que estourou que só era pra eu voltar caso aumentasse.
Voltei pra casa, à tardinha começou a vir muito sangue, e eu comecei a chorar de novo, pensei que ela tinha se enganado, que não era tão simples e eu estava certa, voltei à maternidade e o médico me internou, fez um ultrassom e constatou um ferimento na minha placenta que comprometia 30% dela, e ele me disse: “Mãe, você está com uma ameça de aborto, mas pode ficar tranquila porque não é nada grave, mas queira ou não é uma ameaça… Mas, eu não estou entendendo…. o colo do seu útero está fechado, a placenta está coladinha, o saco gestacional e o liquido aminótico e o bebê estão no tamanho e no jeito que era pra estar, ou seja, não há nada que explique esse sangramento na sua placenta… Não há uma causa específica, e você vai ter que ficar aqui até que nós tenhamos a certeza que você vai ficar bem, você vai ter que tomar medicações para segurar o nenê e parar o sangramento” e eu fiquei lá do sábado de tarde até domingo à noite internada, e ele me disse pra continuar com a medicação até que a minha obstetra mandasse parar… E eu continuo tomando até o dia de hoje, meu nenê está se desenvolvendo super bem … e o sangramento já parou, mas eu vou lhes dizer que não foi fácil, eu fiquei praticamente 1 mês sangrando direto e sem explicação, e era dias maus e dias bons, dias tranquilos e dias de muita dor, mas enquanto eu estiver ouvindo essa escola de samba dentro de mim eu vou estar feliz, e assim que o meu bebê nascer eu vou ter o prazer de dizer á vocês que mesmo diante a todas as dificuldades eu venci.
Maio o meu bebê estará aqui comigo … Peço para os que creem que continuem orando por mim e para os que não creem que torçam bastante, porque só quem perdeu sabe o quão doloroso é, e só quem perdeu 1 e está com ameaça de perder o 2º sabe a angustia e o medo que dá.
Obrigada página “A Gestante” por me deixar tirar essa angustia do peito
Abraço.

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