Amamentação: Mitos e Verdades

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Créditos da Foto: Enf. Elayne Rangel e sua filha, Valentina.

 

Por Elayne Rangel

 

Quando conversamos sobre amamentação, sempre surgem aqueles conselhos sobre o que fazer – o que aconteceu comigo ou com uma conhecida minha. No entanto, o que nessas trocas de experiências são verdades ou são mitos? Neste post, vamos desmistificar algumas das falas que estão no dia a dia das mães e das gestantes.

 

A primeira delas é sobre a alimentação da mãe. Ela interfere ou não na produção e na qualidade do leite. Interfere, é verdade! O recomendado é que a mãe tenha a alimentação mais saudável que puder. O leite materno tem suas composições próprias de alimento vivo, mas em conjunto com a alimentação da mãe o leite materno se potencializa e agrega sua composição

A alimentação da mãe interfere até mesmo no sabor, na cor e no odor do leite. O recomendado é que a mãe siga um cardápio variado e saudável, sem produtos industrializados

 

Outra grande questão é se existe leite fraco ou não. É um grande mito, talvez o maior na amamentação. O leite materno contém todos os nutrientes necessários para um crescimento saudável do bebê. Se existe uma causa para a sua insegurança, é importante buscar o auxílio de um profissional de saúde capacitado, pois, na pega errada, por exemplo, pode estar a resposta do choro ou do não ganho de peso adequado do seu bebê, além de outros fatores.

 

Outro grande mito é que a fórmula artificial é igual ao leite materno. O leite materno é singular, é um alimento vivo. Você sabia que o colostro, aquele primeiro leite que sai nos primeiros dias de vida do seu bebê, pode ser considerado a primeira vacina dele, devido à quantidade de fatores de proteção? 

Pois é, tudo que uma mãe criou de imunidade ao longo da vida ela transfere para o seu bebê através da amamentação nesses primeiros dias, em uma quantidade infinitamente superior aos dias posteriores. O leite materno é um alimento especialmente personalizado para cada momento da vida de um bebê, cada mãe produz o leite específico de acordo com a idade.

O leite artificial tem propriedades que alimentam e nutrem o bebê, sim. E que bom que ele existe, mas não se pode comparar ao leite materno. E, importante, lembre-se de usá-lo somente com orientação médica.

 

Seguindo a mesma linha, outro mito bastante reforçado é sobre o bebê ter horário para mamar. Não há uma regra, pois varia conforme o bebê. A recomendação é que a mãe ofereça o peito em “livre demanda“, buscando reconhecer os sinais de fome do seu bebê. Trabalhar com limites de horário pode ser um problema, pois cada criança mama por fome, por sede, por necessidade de aconchego, por vínculo. 

Com o passar das semanas, eles vão criando seu próprio horário e ritmo de alimentação e é comum querer mamar a cada duas ou três horas. É importante que a mãe não restrinja a amamentação caso o bebê solicite em um intervalo menor. O crescimento e o desenvolvimento do seu bebê é a melhor resposta para o padrão que vocês estão estabelecendo.

 

Então, mamães e papais, o importante na amamentação é sempre ter a avaliação de um profissional. Com a certeza da pega correta eliminamos muitas possibilidades de baixa ingestão de leite materno, perda de peso por mamadas ineficientes ou problemas como baixa produção de leite por falta de estímulo frequente e correto. 

 

A certeza do processo garantirá, também, a sua tranquilidade de que o seu bebê está bem alimentado. Com isso, ambos descansam e seguem seu processo de amamentação sem medos ou inseguranças. 

 

Existem outros mitos? Sim, vários outros, mas o conselho que te dou é: em caso de dúvidas, busque apoio. Assim você poderá viver uma história de amamentação diferente de muitas outras que conhece.

 

Fabiola-Schmidt

Elayne Rangel é enfermeira, consultora de amamentação, laserterapeuta, servidora da Secretaria de Saúde do Distrito Federal e membro da Rede Brasileira de Bancos de Leite do Brasil. Confira mais dicas sobre o mundo da amamentação e da parentalidade no seu perfil no instagram @enfermeiraelaynerangel.

 

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