Afinal, o que é a humanização da gestação e do parto?

 

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Por Michelle Almeida

 

Talvez você já tenha ouvido falar sobre esse tema, mas, às vezes, de forma superficial e não tenha entendido o quão importante e profundo ele é. Quando falamos de humanização da gestação e do parto, as palavras chaves são: protagonismo da mulher. Ou seja, é seu direito ter as suas decisões respeitadas, pois você é o centro nesse processo.

 

Quando se trata do seu corpo, da sua vida e do seu bebê, é sua prerrogativa ser ouvida, ter o poder de fazer as escolhas que mais lhe deixarem seguras e também ser acolhida de uma forma que seja respeitosa.

 

Com esse entendimento, a Organização Mundial da Saúde, o Ministério da Saúde e diversos profissionais de assistência perinatal, já há alguns anos, têm buscado atualizar o sistema de saúde para que você tenha a oportunidade de acessar esse tipo de tratamento. Mas mesmo assim, muitas mulheres ainda não têm conhecimento sobre o tema.

 

A humanização não tem a ver com parto domiciliar na água no escuro, como muitas pessoas confundem (eu escuto essa comparação quase que semanalmente) e, sim, com uma série de garantias para a mulher no ciclo gravídico puerperal, como acesso à informação de qualidade, atualizada e baseada em pesquisa e estudos comprovados.

 

A informação adequada, é crucial nesse processo e vai lhe permitir ter conhecimento e poder de decisão. Entender como o seu corpo funciona e quais são os seus direitos vai lhe possibilitar refletir sobre o que você deseja para você e o seu bebê, além de auxiliar a sua rede de apoio a participar dessas escolhas, fazendo com que elas sejam respeitadas. 

 

Ou seja, independe da via, local de parto ou equipe de assistência de saúde, você pode e deve ter acesso a uma gestação e um parto humanizados, que incluem, por exemplo, um pré-natal bem feito, em que os detalhes são explicados, em que você pode tirar todas as suas dúvidas, em que você é informada de todas as questões relevantes sobre a sua saúde e do seu bebê, em que o seu corpo e o funcionamento dele são respeitados e valorizados, em que a maturidade do bebê para nascer é considerada ou um parto em que os seus direitos legais são garantidos, como ter a presença de um acompanhante, se desejar, ter contato com o seu bebê assim que ele nasce, não sofrer procedimentos humilhantes, desnecessários e inconvenientes e muito mais. 

 

Por isso, busque informação, converse com a sua rede de apoio e os profissionais que estão cuidando de você até que você se sinta tranquila e segura. Isso fará total diferença para um parto amoroso, respeitoso e saudável.

 

Vamos falar mais sobre isso aqui. Mas quero deixar claro, já, agora, que você tem dentro de você tudo o que precisa para gestar o seu beber e trazer ele ao mundo.

 

 

Michelle Almimagem-autora-michelle-almeida-villa-mattereida, da Villa Matter, é colaboradora da A Gestante e escreve mensalmente no blog. Acompanhe mais sobre o trabalho dela visitando o site da Villa Mater  e no perfil do instagram @villa_mater.

 

 

 

 

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OS DIFERENTES TIPOS DE PARTO

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Quando falamos de parto pensamos, geralmente, em dois tipos, parto normal ou cesárea, certo? E não está errado. Há, sim, essa divisão, no entanto dentro de cada um destes dois tipos existem variações. Antes de mais nada, você precisa saber que os tipos de parto variam de acordo com a via por onde o bebê sai e com o grau de intervenção médica no processo. Neste post vamos falar de alguns deles. 

Reforçamos que nenhuma informação substitui a consulta com o seu médico. Quem lhe acompanha ao longo de toda a gestação é quem pode auxiliar você a encontrar o melhor tipo de parto para garantir a sua saúde e a saúde do seu bebê.

 

PARTO HUMANIZADO: Todo parto, independentemente do tipo, pode, e deve, ser humanizado. Esta definição se refere ao parto em que se respeita o protagonismo da mulher durante todo o processo. Lembra do plano de parto, sobre o qual falamos no último post? Pois no parto humanizado ele é muito respeitado e considerado, procurando atender aos desejos da gestante sempre que possível e comunicando-a sobre eventuais intervenções necessárias. Existe parto humanizado no centro cirúrgico, na maternidade ou em casa, seja onde for. Ele diz respeito à postura dos profissionais que estarão assistindo a gestante, sua conduta respeitosa e acolhedora durante todo o parto e ao papel central da gestante.

 

PARTO NORMAL OU VAGINAL:  Aqui já estamos falando de um tipo específico de parto. Quando o parto é normal ou vaginal significa que o bebê nasce pela via vaginal. Estas expressões indicam todos os tipos de nascimento que não são cirúrgicos. Um parto normal pode ser hospitalar, domiciliar, de cócoras, deitada, na banheira, com ou sem aplicação de anestesia. 

 

PARTO NATURAL: É um parto normal ou vaginal em que não existe qualquer intervenção médica como episiotomia, uso de fórceps, indução com ocitocina sintética ou medicamentos para anestesia ou analgesia. 

 

CESÁREA: Neste tipo de parto é feita uma cirurgia, em que é feito um corte no abdômen da mulher para a retirada do bebê. A cesárea pode ser planejada quando a mãe escolhe a cirurgia ou quando existe alguma questão de saúde envolvida, que represente algum risco para o parto normal. A de emergência acontece quando ocorre algum imprevisto durante o parto normal, que pode colocar em risco a saúde da mãe e do bebê. 

 

PARTO NA ÁGUA: É um parto normal ou vaginal, geralmente feito em uma banheira ou piscina de plástico com água. Assim, a mãe dá à luz em um ambiente similar àquele em que o bebê se encontra dentro do útero. A água pode pode atenuar as dores e o cansaço do trabalho de parto.

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PARTO DE LÓTUS: Também está dentro do parto normal ou vaginal, mas o que o diferencia é que, após o nascimento do bebê o cordão umbilical não é cortado, permanece intacto e ligado à placenta, que não é descartada, até que se desprenda naturalmente do umbigo – o que ocorre geralmente uma semana depois do parto.

 

PARTO DE CÓCORAS: Neste tipo de parto o bebê também nasce via vaginal, ou seja, é um parto normal, porém a mãe fica agachada no momento do nascimento. Nesta posição a musculatura do abdômen e da pelve relaxam e a gravidade faz o seu trabalho, facilitando a saída do bebê. Neste caso não se pode aplicar anestesia. 

 

Quantos tipos novos de parto você conheceu neste post? Se gostou do conteúdo, compartilhe com quem você acreditar que pode se interessar!

 

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Episiotomia. Será que é realmente necessária?

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A Episiotomia é um corte realizado na região do períneo, entre a vagina e o ânus, para facilitar a saída do recém-nascido. A prática está criando polêmica e não é de hoje. Uns creem que é uma mutilação desnecessária e um desrespeito a mulher, porém muitos médicos e estudiosos da área afirmam que o procedimento é simples e em muitos casos necessário.

A realidade é que a prática não é um consenso entre médicos e muito menos entre pacientes.

A prática foi difundida pelo obstetra irlandês Fielding Ould, no século 18. Porém, apenas na década de 1950 a técnica se popularizou. Era de consenso geral que a técnica evitava tanto lesões desnecessária no períneo.

A pesquisa Nascer no Brasil, divulgou que mais da metade das entrevistadas, que tiveram parto normal, passaram por episiotomia.

 

Mas por qual motivo a técnica é tão rechaçada e polêmica?
A episiotomia é um procedimento cirúrgico que leva cerca de seis semana para cicatrizar. Se os pontos não forem bem feitos há risco de fibrose, dor, dificuldade de cicatrização e perda da sensibilidade na região e em casos graves laceração e frouxidão na região perineal e dificuldade na contenção de órgãos como o intestino.
Porém, se não for realizada a episiotomia e a saída do bebê causar rompimento extenso os danos são bem parecidos aos da incisão mal feita ou da cicatrização com problemas.

 

Mas quando que a Episiotomia é realmente indicada?
A técnica é geralmente aplicada em mulheres com rigidez no períneo, parto pélvico (bebê sentado), sofrimento fetal e macrossomia (excesso de peso do bebê)  e parto de prematuros. Juntos, estes casos somam apenas 10% dos partos normais.

 

Lembre-se que a informação é sempre o melhor caminho. Converse com seu médico antes do parto e saiba a opinião dele sobre a prática, aprenda exercícios que ajudam na elasticidade da região e informe-se para realizar um parto que agrade a mãe e não traga riscos para saúde do bebê.

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Afinal, o que é parto humanizado?

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Muitas mamães ficam curiosas quando a expressão “parto humanizado” surge. A realidade é que a expressão é bem literal. Quando falamos de humanização, estamos nos referindo a algo mais humano, menos tecnológico e com menos intervenções que podem ser desnecessárias.

O parto humanizado é basicamente isso, respeitar as escolhas da mulher, prestar um atendimento focado nas necessidades desta e do bebê, mas obviamente sem colocar em risco a saúde de um ou de outro.

É a mulher que deve escolher onde ter o bebê, qual acompanhante quer na hora do parto, e em que posição se sente mais confortável na hora do nascimento. Bem como tem o direito de ser bem atendida e amamentar na primeira meia hora de vida do bebê. Para que tudo isso aconteça conforme o planejado é fundamental que o pré-natal tenha sido feito por um médico e que esteja tudo em ordem.

Muitas mulheres tem medo da dor na hora do parto e a expressão “parto humanizado” não deve ser mau interpretada. A expressão não quer dizer que você obrigatoriamente terá um parto natural ou sem opções, lembre-se de que parto humanizado é uma forma de respeitar as escolhas da gestante e por isso, se você quiser uma anestesia, peça.

Mas e a cesárea? Pode ser humanizada?
A cesárea está ali para salvar vidas, quando o parto normal não é recomendado ou algo dá errado, então converse com seu obstetra e se esse for o seu caso, veja formas de deixar o procedimento cirúrgico com o seu jeito e menos formal, se este for o seu desejo.

O importante é que todos os tipos de parto visam atender as expectativas e vontades da mamãe, de acordo com as possibilidades e sem colocar em risco a saúde e a vida da mãe e do bebê, então, por fim, a vontade da gestante sempre deve ser respeitada e acatada.

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